Relativamente ao 25 de Abril…

Apelidei-as de “envergonhadas”, pois limitavam-se a indicar como local das comemorações a anexa dos Lentiscais e mais nada.
Hoje, estou REVOLTADO!
Depois de conhecer o programa que concretizaram das comemorações, não poderia ficar calado.
Passados 32 anos do 25 de Abril de 1974, em que foi restituída a todos os Portugueses, mesmo aqueles que são contra ele, o direito de viver sem medo, de falar sem medo e, sobretudo a liberdade de discordar sem medo, não acreditava que um Concelho, incluindo-se aqui a Freguesia, em que o Partido Socialista é politicamente maioritário nos Órgãos Autárquicos de decisão, se remetesse ao silêncio quase tumular nas comemorações desta data, colocando-se ao lado daqueles que tudo fazem para que não se saiba o que foi Abril, dos que não gostam dele e o querem ver, de vez, esquecido, minimizando-o ou mesmo tentando eliminá-lo do espectro político e histórico, ao arrepio da Constituição da República Portuguesa.
Não queremos a Madeira em Castelo Branco… queremos ABRIL E SEMPRE!!
Deixo, para a posteridade, um extracto de um poema de Manuel Alegre “Explicação do Pais de Abril”.
Pais de Abril é o sítio do poema
Não fica nos terraços da saudade
não fica nas longas terras. Fica exactamente aqui
tão perto que parece longe.
Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
fica na mágoa de o sabermos tão presente
que nos torna doentes sua ausência.
País da Abril é muito mais que pura geografia
é muito mais que estradas pontes monumentos
viaja-se por dentro e tem caminhos veias
- os carris infinitos dos comboios da vida.
Mais aprende que o mundo é do tamanho
que os homens queiram que o mundo tenha:
o tamanho que os ventos dão aos homens
quando sopram à noite do País de Abril.
Não fica nos terraços da saudade
não fica nas longas terras. Fica exactamente aqui
tão perto que parece longe.
Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
fica na mágoa de o sabermos tão presente
que nos torna doentes sua ausência.
País da Abril é muito mais que pura geografia
é muito mais que estradas pontes monumentos
viaja-se por dentro e tem caminhos veias
- os carris infinitos dos comboios da vida.
Mais aprende que o mundo é do tamanho
que os homens queiram que o mundo tenha:
o tamanho que os ventos dão aos homens
quando sopram à noite do País de Abril.
in Intervenção de Luís Barroso na Assembleia de Freguesia de 27/04/2006
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