Freguesia aberta!

Como é do vosso conhecimento (convite aqui reproduzido), no dia 11 de Maio realizamos a segunda reunião no âmbito da "Freguesia Aberta". A primeira tinha acontecido na anexa dos Lentiscais e no dia 20 e Dezembro de 2005. Desta vez optamos pela Cidade e pela Urbanização da Quinta Dr. Beirão. Escolhemos este local por ser uma das Urbanizações que durante os sucessivos mandatos do Dr. César Vila Franca e da maioria do Partido Social Democrata nos Órgãos de Decisão e Fiscalização Autárquicos, se cometeram, impunemente, os maiores "horrores" urbanísticos, bem patentes, ainda nos dias de hoje, em que a maioria deles são irreversíveis: garagens em locais que eram destinados a espaços públicos e a ruas; construção de mais pisos além dos que estavam aprovados e densificação da mesma, sem zonas de inter meio, quer de fruição quer de estacionamento. Transformou-se, com tudo isto, numa Urbanização "encurralada", com uma única saída/entrada.
Por outro lado, entendemos que passados 9 anos do consulado Joaquim Morão e do Partido Socialista, nada ou quase nada foi feito para "remediar" algumas situações, que poderiam já ter sido intervencionadas ou requalificadas, deixando a Urbanização ao abandono.
Foi por tudo isto que partimos para o terreno, para ouvir e "dar voz a quem não tem voz".
Fizemos uma boa divulgação da iniciativa, distribuindo algumas centenas de convites e deslocamo-nos, várias vezes, para falarmos, informalmente, com os moradores e colhermos, também, algumas informações sobre os problemas da Urbanização.
Convocamos a imprensa, quer escrita quer falada, para dar cobertura e divulgação do que se iria passar, das preocupações e decisões que sairiam da reunião.
Ás 19,30 horas lá estava, aguardando a chegada dos moradores que iriam ter a coragem de denunciar, sem medo de represálias, de serem apontados a dedo ou alcunhados com alguns impropérios, já fora de moda.
A nós, compete-nos proporcionar-lhes as condições, para depois levarmos os problemas aos Órgãos onde os eleitos do Bloco de Esquerda têm acento (Assembleia de Freguesia e Assembleia Municipal).
Lá foram chegando, uns atrás dos outros, com algum receio. Outros, ficaram ao largo observando, incrédulos, a situação. Nas janelas mais próximas do local da reunião, ex-Parque Infantil, moradores assistiam ao desenrolar da conversa. Não há hábito dos partidos virem para a rua ouvir os cidadãos e estes exercerem a sua cidadania. Não acreditam nos políticos. Nós, Bloco de Esquerda, queremos inflectir esta situação, dando pequenos passos, ganhando a confiança das pessoas, demonstrar que somos diferentes, que elas são o centro e a razão de ser das decisões.
Os jornalistas, sempre apressados, por causa da agenda, levaram-nos a alterar um pouco a ideia inicial, a qual passava por dar-mos uma volta pela Urbanização, focando os problemas nos locais próprios, para que se ficasse com uma ideia mais concreta e precisa dos mesmos.
Assim, tivemos de ficar no local de concentração e ali falarmos de todos os problemas, conjuntamente com os moradores que aparecessem e com a comunicação social.
Não irei aqui reportar-me a eles, pois o Requerimento que está junto e que saiu da decisão final da reunião, engloba todas as preocupações, interrogações e problemas mais prementes que os moradores acharam levantar. Foi já entregue, pelo Bloco de Esquerda, no dia 15 de Maio na Câmara Municipal, ao abrigo do Estatuto da Oposição. Foi um dos vários compromissos que assumimos na reunião. Outro, o de promovermos um abaixo-assinado para circular na Urbanização, para posteriormente ser entregue na Câmara Municipal e Junta de Freguesia. Por fim, assumimos o compromisso de que quer na Assembleia de Freguesia quer na Assembleia Municipal, levarmos o assunto com todos os contornos que tiver até lá. Agora, ficamos atentos e vigilantes à resposta ao Requerimento, para, se for caso disso, voltarmos a reunir com os moradores.
É este o nosso papel - ESTARMOS PERTO DAS PESSOAS - CRIAR OPINIÃO - PROMOVER O EXERCÍCIO DA CIDADANIA. Vamos a ELES...

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